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A Revolução Farroupilha1835-1845
Motivos Sem Incentivo ao crescimento econômico do Rio Grande do Sul. Altas taxas sobre os produtos rio-grandenses, como charque, erva-mate, couros, sebo, graxa, gado,etc. Ao mesmo tempo o aumento da taxa de importação do sal, insumo básico para a fabricação do charque. Quando as tropas que lutavam nas guerras eram gaúchas, seus comandantes vinham do centro do país. Incentivo apenas para a importação do charque dos países do Prata. Rebanho esgotado. Sem indenizações de guerra. Estâncias produzindo pouco. Sequências de guerras.  Sem incentivo ao crescimento social do Rio  Grande do Sul.
A Revolta Nomeado como presidente da Província Fernandes Braga, que apesar de inicialmente ter agradado aos liberais, aos poucos se mostrou pouco digno de confiança.  No dia em que tomou posse, Fernandes Braga fez uma séria acusação de separatismo contra os estancieiros rio-grandenses, chegando a citar nomes, o que praticamente liquidou as chances de conviver em paz com os seus governados.Houveram vários protestos seguidos. Fernandes Braga ainda tentou se corrigir e acalmar os ânimos, mas era tarde demais.  Então, em uma reunião no dia 18 de Novembro de 1835, alguns líderes separatistas decidiram por unanimidade que tomariam Porto Alegre militarmente em dois dias e afastariam o presidente da província Fernandes Braga. Foi então, no dia 20 de Novembro de 1835, que Bento Gonçalves e suas tropas invadiram Porto Alegre, obrigando Fernandes Braga a fugir para Rio Grande ( única cidade que não estava em posse dos farrapos ).
Bento Gonçalves, que planejou o ataque, empossou no cargo, o vice Marciano Ribeiro. O governo imperial então  nomeou José de Araújo Ribeiro para o lugar de Fernandes Braga, mas este nome não agradou os farroupilhas .O principal objetivo da revolta  era a nomeação de um presidente que defendesse os interesses rio-grandenses. Araújo Ribeiro, então, decidiu partir para Rio Grande e tomou posse no Conselho Municipal da cidade portuária. Bento Manoel, um dos líderes do 20 de setembro, decidiu apoiá-lo e rompeu com os farroupilhas. Bento Gonçalves então decidiu conciliar. Convidou Araújo Ribeiro a tomar posse em Porto Alegre, mas este recusou. Com a ajuda de Bento Manoel, Araújo conseguiu a adesão de outros líderes militares, como Osório.  Em resposta, os farrapos prenderam em Pelotas o major Manuel Marques de Souza, levando-o para Porto Alegre e confinando-o no navio-prisão, ancorado no Guaíba.
Com isso, as tropas imperiais começaram a planejar a retomada de Porto Alegre. O Tenente Henrique Mosye, conseguiu fugir da prisão com mais 30 soldados. Este grupo conquistou pontos importantes da cidade e conseguiram libertar Marques de Souza e outros oficiais presos no navio-prisão. Liderados por Marques de Souza, os soldados do império (conhecidos como Chimangos) tomaram a cidade. Então, Marciano Ribeiro foi preso, e em seu lugar foi empossado o marechal João de Deus Menna Barreto.  Porto Alegre esteve sitiada por 1.283 dias pelos farrapos, mas estes não conseguiram tomá-la dos imperiais novamente. Em 9 de setembro de 1836 os farrapos, comandados pelo General Netto, impuseram uma violenta derrota ao coronel João da Silva Tavares no Arroio Seival, próximo a Bagé.        Empolgados pela grande vitória, os chefes farrapos no local, já que o impasse político em que o conflito havia chegado era demais, decidiram pela proclamação da República Rio-Grandense.        O movimento deixava de ter um caráter corretivo e passava ao nível separatista.
A República Bento Gonçalves recebe a notícia da proclamação da República e da indicação de seu nome como candidato único a presidente.  Decide então ir para a capital da província para se juntar aos vitoriosos comandados de Netto.  Quando vai atravessar o rio Jacuí na altura da ilha de Fanfa, tem seus mais de mil homens emboscados por Bento Manuel . Bento Gonçalves, Onofre Pires, Pedro Boticário, Corte Real e Lívio Zambeccari, os principais chefes no local, são presos. O governo imperial, após esta vitória, oferece anistia aos rebeldes para acabar de vez com o conflito. Mas, o comandante Netto concentrou suas tropas ao redor de Piratini, a capital da República, e decidiu continuar a luta.
Bento Gonçalves foi escolhido presidente da República, mas enquanto não retornasse, Gomes Jardim assumiria o governo, organizando a estrutura dos ministérios. Foram criados seis ministérios : Fazenda, Justiça, Exterior, Interior, Marinha e Guerra. Bento Gonçalves consegue fugir da prisão na Bahia e vem assumir a presidência.  A diminuição dos combates, a estruturação dos serviços básicos, davam a impressão de que o Estado Rio-Grandense estava indo muito bem.  Mas não era o ano da vitória como esperavam os farrapos. Apesar de mais uma vitória em Rio Pardo, o fracasso na tentativa de tomar Rio Grande e a falta de condições de conquistar Porto Alegre abatem as esperanças dos republicanos.
Sede do Governo                              em Piratini
Chega Garibaldi ... Ao chegar em Piratini,  ele recebe uma missão: construir barcos e fazer frente contra navios do império. Dois meses depois, ele apresenta dois lanchões: o "Rio Pardo" e o "Independência". Mas havia um grande problema: a ausência de portos. Com Rio Grande e São José do Norte ocupadas pelo inimigo, e Montevidéu pressionada pelo governo imperial, os farrapos planejam a tomada de Laguna, em Santa Catarina. A idéia era um ataque simultâneo por mar e por terra. Mas como sair da Lagoa dos Patos ? Depois de ter estaleiro farrapo atacado, Garibaldi consegue fugir com os lanchões "Farroupilha" e "Seival" pelo rio Capivari, a nordeste da Lagoa. Daí resultou um fantástico acontecimento da guerra, Travessia dos lanchões sobre rodas.
Travessia dos lanchões                         sobre rodas. Foram postas gigantescas rodas nos barcos, e eles foram transportados por terra, levados por juntas de bois, até Tramandaí, a aproximadamente 80km do ponto de partida. O transporte foi feito através de campos enlameados pelas chuvas de inverno. O ataque é feito de surpresa, com Davi Canabarro por terra e Garibaldi a bordo do "Seival" (o Farroupilha naufragou em Araranguá-SC) e resulta na conquista da cidade e na apreensão de 14 navios mercantes, que são somados ao "Seival",  e armas, canhões e fardamentos.
República Juliana Em 29 de julho de 1839 é proclamada a República Juliana, instalada em um casarão da cidade.  Mas a felicidade durou apenas 4 meses. Com a vitória de Laguna, os farrapos resolveram tentar a conquista de Desterro, na ilha de Santa Catarina.  Os farrapos são surpreendidos e Laguna é reconquistada pelos imperiais.  As embarcações rebeldes são destruídas, somente Garibaldi escapa.  A cavalaria de Canabarro foge pelo litoral escondendo-se em Torres.  Sofreram com pesadas perdas materiais.
Anita Garibaldi Em terras catarinenses foi que Giuseppe Garibaldi conheceu Ana Maria de Jesus Ribeiro, a Anita, que abandonou sua terra natal e se transformou na companheira de batalhas de Giuseppe.  Anita Garibaldi lutou ao lado do marido, teve seu primeiro filho, em terras gaúchas.  Acompanhou Garibaldi na campanha do Uruguai e com ele se tornou heroína na luta pela unificação da Itália.
O Declínio Em 1840 começou a decadência da revolução. Enquanto a maioria das forças rio-grandenses se concentrava no sítio a Porto Alegre, a capital, Caçapava, era atacada de surpresa. Os líderes farrapos consideravam Caçapava quase intocavel, a cidade tinha um difícil acesso.  A partir daí, os arquivos da República foram colocados em carretas de bois pelas estradas.  Foi o tempo da "República andarilha", até que Alegrete foi escolhida como nova capital.  Em Taquari, farroupilhas e imperiais travaram a maior batalha da guerra, com mais de dez mil homens envolvidos.  Em julho, novo fracasso farroupilha, desta vez em São José do Norte. Bento Gonçalves começa a pensar na pacificação.  Em novembro é a vez de Viamão cair, morrendo no combate o italiano Luigi Rossetti, o criador do jornal "O Povo" órgão de imprensa oficial da república.  Para piorar a situação, em janeiro de 1841, Bento Manoel discordou de algumas promoções de oficiais e abandonou definitivamente os farrapos.
A Vitória de Caxias  A partir de novembro 1842 o conflito é dominado pelo Luís Alves de Lima e Silva, o Barão de Caxias. Nomeado presidente da província como a esperança do Imperador para a paz. Priorizou a cavalaria, e espalhou intrigas entre os farrapos sempre que pôde.  Tratou bem a população dos povoados ocupados e empurrou os farroupilhas para o Uruguai.  Em dezembro de 1842 reuniu-se em Alegrete a Assembléia Constituinte, sob forte discussão política. Era forte a oposição a Bento Gonçalves.  Durante 1843 e 1844, sucederam-se brigas entre os farrapos. O impasse só foi resolvido após as duas últimas derrotas dos farroupilhas, conhecidas como "o massacre dos Porongos" e a "batalha de Ponche Verde".  O exército farroupilha ficou muito desfalcado após estas duas derrotas, não tendo outra alternativa a não ser aceitar os termos do Império para evitar um massacre ainda maior.
O Fim Os farrapos queriam assinar um Tratado de Paz, mas os imperiais rejeitavam, porque tratados se assinam entre países, e o Império não considerava a República um Estado autônomo .  Caxias contornou a situação, agradando os interesses dos farroupilhas sem criar constrangimentos para o Império.  Mas no final das contas os farrapos já não tinham outra saída senão aceitas as condições de Caxias.     A pacificação foi assinada em 1º de Março de 1845 em Ponche Verde.
Principais Tópicos do Tratado do Ponche Verde — Os republicanos escolheriam o presidente da província (foi escolhido Caxias)— Anistia geral para todos os farrapos; — Libertação de todos os prisioneiros; — Pagamento da dívida pública farroupilha (com viúvas, ex-soldados, inválidos e outros) pelo Império; — Os atos das autoridades civis republicanas seriam revalidados sempre que neles se observassem as leis então vigentes; — Os atos do vigário apostólico da República seriam revalidados; — Ficava garantida a liberdade dos escravos que serviram nas tropas republicanas; — Os oficiais republicanos não estavam constrangidos ao serviço militar; mas os que quisessem servir seriam aceitos no Exército em seus respectivos postos; — Os soldados republicanos estavam dispensados do recrutamento; — Só os generais deixavam de ser admitidos em seus postos, mas gozariam de todas as imunidades concedidas aos oficiais; — O direito de propriedade era garantido em toda a sua plenitude; — Ficavam perdoados os desertores do exército imperial.

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  • 2. Motivos Sem Incentivo ao crescimento econômico do Rio Grande do Sul. Altas taxas sobre os produtos rio-grandenses, como charque, erva-mate, couros, sebo, graxa, gado,etc. Ao mesmo tempo o aumento da taxa de importação do sal, insumo básico para a fabricação do charque. Quando as tropas que lutavam nas guerras eram gaúchas, seus comandantes vinham do centro do país. Incentivo apenas para a importação do charque dos países do Prata. Rebanho esgotado. Sem indenizações de guerra. Estâncias produzindo pouco. Sequências de guerras. Sem incentivo ao crescimento social do Rio Grande do Sul.
  • 3. A Revolta Nomeado como presidente da Província Fernandes Braga, que apesar de inicialmente ter agradado aos liberais, aos poucos se mostrou pouco digno de confiança. No dia em que tomou posse, Fernandes Braga fez uma séria acusação de separatismo contra os estancieiros rio-grandenses, chegando a citar nomes, o que praticamente liquidou as chances de conviver em paz com os seus governados.Houveram vários protestos seguidos. Fernandes Braga ainda tentou se corrigir e acalmar os ânimos, mas era tarde demais. Então, em uma reunião no dia 18 de Novembro de 1835, alguns líderes separatistas decidiram por unanimidade que tomariam Porto Alegre militarmente em dois dias e afastariam o presidente da província Fernandes Braga. Foi então, no dia 20 de Novembro de 1835, que Bento Gonçalves e suas tropas invadiram Porto Alegre, obrigando Fernandes Braga a fugir para Rio Grande ( única cidade que não estava em posse dos farrapos ).
  • 4. Bento Gonçalves, que planejou o ataque, empossou no cargo, o vice Marciano Ribeiro. O governo imperial então nomeou José de Araújo Ribeiro para o lugar de Fernandes Braga, mas este nome não agradou os farroupilhas .O principal objetivo da revolta era a nomeação de um presidente que defendesse os interesses rio-grandenses. Araújo Ribeiro, então, decidiu partir para Rio Grande e tomou posse no Conselho Municipal da cidade portuária. Bento Manoel, um dos líderes do 20 de setembro, decidiu apoiá-lo e rompeu com os farroupilhas. Bento Gonçalves então decidiu conciliar. Convidou Araújo Ribeiro a tomar posse em Porto Alegre, mas este recusou. Com a ajuda de Bento Manoel, Araújo conseguiu a adesão de outros líderes militares, como Osório. Em resposta, os farrapos prenderam em Pelotas o major Manuel Marques de Souza, levando-o para Porto Alegre e confinando-o no navio-prisão, ancorado no Guaíba.
  • 5. Com isso, as tropas imperiais começaram a planejar a retomada de Porto Alegre. O Tenente Henrique Mosye, conseguiu fugir da prisão com mais 30 soldados. Este grupo conquistou pontos importantes da cidade e conseguiram libertar Marques de Souza e outros oficiais presos no navio-prisão. Liderados por Marques de Souza, os soldados do império (conhecidos como Chimangos) tomaram a cidade. Então, Marciano Ribeiro foi preso, e em seu lugar foi empossado o marechal João de Deus Menna Barreto. Porto Alegre esteve sitiada por 1.283 dias pelos farrapos, mas estes não conseguiram tomá-la dos imperiais novamente. Em 9 de setembro de 1836 os farrapos, comandados pelo General Netto, impuseram uma violenta derrota ao coronel João da Silva Tavares no Arroio Seival, próximo a Bagé. Empolgados pela grande vitória, os chefes farrapos no local, já que o impasse político em que o conflito havia chegado era demais, decidiram pela proclamação da República Rio-Grandense. O movimento deixava de ter um caráter corretivo e passava ao nível separatista.
  • 6. A República Bento Gonçalves recebe a notícia da proclamação da República e da indicação de seu nome como candidato único a presidente. Decide então ir para a capital da província para se juntar aos vitoriosos comandados de Netto. Quando vai atravessar o rio Jacuí na altura da ilha de Fanfa, tem seus mais de mil homens emboscados por Bento Manuel . Bento Gonçalves, Onofre Pires, Pedro Boticário, Corte Real e Lívio Zambeccari, os principais chefes no local, são presos. O governo imperial, após esta vitória, oferece anistia aos rebeldes para acabar de vez com o conflito. Mas, o comandante Netto concentrou suas tropas ao redor de Piratini, a capital da República, e decidiu continuar a luta.
  • 7. Bento Gonçalves foi escolhido presidente da República, mas enquanto não retornasse, Gomes Jardim assumiria o governo, organizando a estrutura dos ministérios. Foram criados seis ministérios : Fazenda, Justiça, Exterior, Interior, Marinha e Guerra. Bento Gonçalves consegue fugir da prisão na Bahia e vem assumir a presidência. A diminuição dos combates, a estruturação dos serviços básicos, davam a impressão de que o Estado Rio-Grandense estava indo muito bem. Mas não era o ano da vitória como esperavam os farrapos. Apesar de mais uma vitória em Rio Pardo, o fracasso na tentativa de tomar Rio Grande e a falta de condições de conquistar Porto Alegre abatem as esperanças dos republicanos.
  • 8. Sede do Governo em Piratini
  • 9. Chega Garibaldi ... Ao chegar em Piratini, ele recebe uma missão: construir barcos e fazer frente contra navios do império. Dois meses depois, ele apresenta dois lanchões: o "Rio Pardo" e o "Independência". Mas havia um grande problema: a ausência de portos. Com Rio Grande e São José do Norte ocupadas pelo inimigo, e Montevidéu pressionada pelo governo imperial, os farrapos planejam a tomada de Laguna, em Santa Catarina. A idéia era um ataque simultâneo por mar e por terra. Mas como sair da Lagoa dos Patos ? Depois de ter estaleiro farrapo atacado, Garibaldi consegue fugir com os lanchões "Farroupilha" e "Seival" pelo rio Capivari, a nordeste da Lagoa. Daí resultou um fantástico acontecimento da guerra, Travessia dos lanchões sobre rodas.
  • 10. Travessia dos lanchões sobre rodas. Foram postas gigantescas rodas nos barcos, e eles foram transportados por terra, levados por juntas de bois, até Tramandaí, a aproximadamente 80km do ponto de partida. O transporte foi feito através de campos enlameados pelas chuvas de inverno. O ataque é feito de surpresa, com Davi Canabarro por terra e Garibaldi a bordo do "Seival" (o Farroupilha naufragou em Araranguá-SC) e resulta na conquista da cidade e na apreensão de 14 navios mercantes, que são somados ao "Seival",  e armas, canhões e fardamentos.
  • 11.
  • 12. República Juliana Em 29 de julho de 1839 é proclamada a República Juliana, instalada em um casarão da cidade. Mas a felicidade durou apenas 4 meses. Com a vitória de Laguna, os farrapos resolveram tentar a conquista de Desterro, na ilha de Santa Catarina. Os farrapos são surpreendidos e Laguna é reconquistada pelos imperiais. As embarcações rebeldes são destruídas, somente Garibaldi escapa. A cavalaria de Canabarro foge pelo litoral escondendo-se em Torres. Sofreram com pesadas perdas materiais.
  • 13. Anita Garibaldi Em terras catarinenses foi que Giuseppe Garibaldi conheceu Ana Maria de Jesus Ribeiro, a Anita, que abandonou sua terra natal e se transformou na companheira de batalhas de Giuseppe. Anita Garibaldi lutou ao lado do marido, teve seu primeiro filho, em terras gaúchas. Acompanhou Garibaldi na campanha do Uruguai e com ele se tornou heroína na luta pela unificação da Itália.
  • 14. O Declínio Em 1840 começou a decadência da revolução. Enquanto a maioria das forças rio-grandenses se concentrava no sítio a Porto Alegre, a capital, Caçapava, era atacada de surpresa. Os líderes farrapos consideravam Caçapava quase intocavel, a cidade tinha um difícil acesso. A partir daí, os arquivos da República foram colocados em carretas de bois pelas estradas. Foi o tempo da "República andarilha", até que Alegrete foi escolhida como nova capital. Em Taquari, farroupilhas e imperiais travaram a maior batalha da guerra, com mais de dez mil homens envolvidos. Em julho, novo fracasso farroupilha, desta vez em São José do Norte. Bento Gonçalves começa a pensar na pacificação. Em novembro é a vez de Viamão cair, morrendo no combate o italiano Luigi Rossetti, o criador do jornal "O Povo" órgão de imprensa oficial da república. Para piorar a situação, em janeiro de 1841, Bento Manoel discordou de algumas promoções de oficiais e abandonou definitivamente os farrapos.
  • 15. A Vitória de Caxias A partir de novembro 1842 o conflito é dominado pelo Luís Alves de Lima e Silva, o Barão de Caxias. Nomeado presidente da província como a esperança do Imperador para a paz. Priorizou a cavalaria, e espalhou intrigas entre os farrapos sempre que pôde. Tratou bem a população dos povoados ocupados e empurrou os farroupilhas para o Uruguai. Em dezembro de 1842 reuniu-se em Alegrete a Assembléia Constituinte, sob forte discussão política. Era forte a oposição a Bento Gonçalves. Durante 1843 e 1844, sucederam-se brigas entre os farrapos. O impasse só foi resolvido após as duas últimas derrotas dos farroupilhas, conhecidas como "o massacre dos Porongos" e a "batalha de Ponche Verde". O exército farroupilha ficou muito desfalcado após estas duas derrotas, não tendo outra alternativa a não ser aceitar os termos do Império para evitar um massacre ainda maior.
  • 16. O Fim Os farrapos queriam assinar um Tratado de Paz, mas os imperiais rejeitavam, porque tratados se assinam entre países, e o Império não considerava a República um Estado autônomo . Caxias contornou a situação, agradando os interesses dos farroupilhas sem criar constrangimentos para o Império.  Mas no final das contas os farrapos já não tinham outra saída senão aceitas as condições de Caxias.    A pacificação foi assinada em 1º de Março de 1845 em Ponche Verde.
  • 17. Principais Tópicos do Tratado do Ponche Verde — Os republicanos escolheriam o presidente da província (foi escolhido Caxias)— Anistia geral para todos os farrapos; — Libertação de todos os prisioneiros; — Pagamento da dívida pública farroupilha (com viúvas, ex-soldados, inválidos e outros) pelo Império; — Os atos das autoridades civis republicanas seriam revalidados sempre que neles se observassem as leis então vigentes; — Os atos do vigário apostólico da República seriam revalidados; — Ficava garantida a liberdade dos escravos que serviram nas tropas republicanas; — Os oficiais republicanos não estavam constrangidos ao serviço militar; mas os que quisessem servir seriam aceitos no Exército em seus respectivos postos; — Os soldados republicanos estavam dispensados do recrutamento; — Só os generais deixavam de ser admitidos em seus postos, mas gozariam de todas as imunidades concedidas aos oficiais; — O direito de propriedade era garantido em toda a sua plenitude; — Ficavam perdoados os desertores do exército imperial.